
O evento de relançamento do Confradeiro aconteceu no Fé – Wine & Club, na baixa do Porto. Foto: Cláudia Silva
O histórico vinho do Douro Confradeiro está de regresso. A Sandeman acaba de relançar uma referência que tem mais de 20 anos de história com uma gama premium alargada, novo posicionamento e nova imagem.
Aquele que foi o primeiro vinho tranquilo do Douro, desenvolvido em 1986 e imediatamente aclamado como um clássico daquela região, surge agora com um visual mais leve e contemporâneo. A nova gama, com 2 referências premium – o Branco 2012 e o Tinto 2011 – e uma super premium – o Reserva Tinto 2010 –, é assinada pelo enólogo António Braga.
A produção dos novos Confradeiro, que já não têm origem na Quinta do Confradeiro, entretanto adquirida pela Quintal do Portal, é de 30.000 garrafas cada no caso dos Confradeiro gama premium e de 3.000 no caso do Reserva.
Foi um desafio do parceiro Pernod Ricard que levou a Sandeman a ‘resgatar’ a uma marca que, diz António Braga, “é quase emocional”.
“É uma marca que muitos conhecem, há muito tempo, e que é com muito gosto que a relançamos”, partilhou o enólogo, durante o relançamento do Confradeiro, na última quinta-feira, no Porto.
Segundo António Braga, o Confradeiro “voltou para ficar” e “foi feito a pensar no mercado nacional”. O enólogo acredita que o vinho “se vai impor sobretudo no On Trade [restauração]”, mas admite que alguns exemplares possam chegar a garrafeiras e bares especializados.
“Há um ano atrás, a Pernod Ricard decidiu desenvolver uma gama de vinhos de mesa de topo. Em 6 meses conseguiu ter 4 marcas para representar cada uma das principais regiões de vinho de Portugal”, disse, por seu turno o CEO daquela distribuidora de bebidas, Denis Fiévet.
Fiévet disse ainda que a Pernod Ricard e a Sandeman tinham “uma cooperação muito forte” e uma relação que já levava 10 anos, pelo que era natural que o projecto de trazer de volta ao mercado o Confradeiro tivesse sido bem sucedido.
António Braga explicou que a Sandeman, criada em 1790, resolveu lançar, em 1986, um vinho do Douro. É assim que “surge o Confradeiro, num posicionamento alto”. “Era um vinho que sabia muito a Douro, feito em lagares, com muita rusticidade e grande capacidade de envelhecimento”. “Para um conhecedor de vinhos”, concluiu.
Produção tinha parado em 2002
Quando a Sogrape comprou a marca conhecida mundialmente pela figura de capa negra “Don”, em 2002, ainda existiam “alguns stocks” do Confradeiro, mas a sua produção foi descontinuada.
Nos novos Confradeiro, enquanto a gama premium (6,5 euros) é de “ruptura” com o passado e “mais adaptada àquilo que é o consumidor de vinho hoje em dia” – no branco, a Sandeman foi “à procura da intensidade aromática” e no tinto juntou “as 3 castas ‘rainhas’ do Douro, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz –; a super premium (14,49 euros) apresenta “um vinho de continuidade”.
O Confradeiro Reserva Tinto “respira Douro, tem lagar, tem tanino”, descreveu o enólogo, sublinhando que se trata de uma referência que continua a ser “para o conhecedor”.
O evento de relançamento do vinho teve lugar no Fé – Wine & Club, um espaço que abriu na Praça D. Filipa de Lencastre no início do Verão e que agora vai apostar nos jantares vínicos. O jantar do Confradeiro, cuja ementa foi elaborada pelo chefe argentino Chakall, foi “o primeiro” de vários. A ideia é receber eventos semelhantes “de 15 em 15 dias”, revelou um dos sócios do Fé, Francisco Antunes.
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