À margem da apresentação do novo livro de João Pedro Marques, “O Estranho Caso de Sebastião Moncada”, Rui Moreira foi questionado sobre os projectos estratégicos elencados pelo Grupo de Trabalho para as Infra-estruturas de Alto Valor Acrescentado, que está agora em discussão pública.
“Como sabem, eu defendo há muitos anos que algumas infra-estruturas são importantes por causa da nossa competitividade externa. Espero que essas sejam realizadas e tenho fé que venham a ser realizadas”, disse.
Sobre as declarações de segunda-feira do secretário de Estado da tutela – que garantiu que não haverá dinheiro público num porto de águas profundas em Lisboa, projecto que só pode avançar com investimento privado – o presidente da Câmara do Porto disse desconhecer estas declarações, mas acrescentou que “o facto de poderem ser privados a fazerem investimentos relativamente a áreas concessionadas, por exemplo, é perfeitamente possível”.
“No entanto, quero acreditar que depois do Governo ter feito o estudo IEVA que alguns desses projectos se possam concretizar. Isto só justifica aquilo que tem sido a minha preocupação, que reitero, relativamente à interpretação da proposta que Portugal apresentou à Comissão Europeia e cujos contornos continuam a ser susceptíveis de várias interpretações”, enfatizou.
Rui Moreira disse que já teve a oportunidade de falar com o secretário de Estado sobre este estudo, antecipando que “haverá mais reuniões”, como é caso da extraordinária do Conselho Metropolitano, “marcada para dia 20”.
“Vamos continuar a fazer aquilo que temos feito. Garantirei sempre [a defesa intransigente do Norte] quaisquer que sejam as vozes discordantes. É bom que haja vozes discordantes. Quer dizer que nós estamos a preocupar alguém”, defendeu.
O presidente independente da Câmara do Porto recordou ainda as prioridades do Norte e Centro que já haviam sido elencadas, como é o caso da expansão do Porto de Leixões, da linha ferroviária Aveiro/Salamanca ou da extensão do aeroporto, que pode ou não ser feita por privados.
“Depois há preocupações das cidades. No nosso caso, gostaríamos de ver que o projecto de ampliação do Metro do Porto não é definitivamente abandonado, que o terminal intermodal de Campanhã seja definido e questões também como a ligação Porto/Vigo foi abordada”, enumerou.
Rui Moreira disse ainda que sobre os 3 níveis de questões – regionais, metropolitana e dos municípios – “é expectável que no âmbito deste acordo de parceria haja novidades, mais não seja através dos programas da competitividade, desde que fique demonstrado que estes investimentos são importantes para a nossa competitividade”.