
Foto: Arq/Miguel Oliveira
O PCP anunciou no domingo que o seu grupo parlamentar apresentou um projecto de resolução sobre a Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) onde reclama uma posição maioritária para a Câmara do Porto no capital social da sociedade.
Os deputados pedem ainda que a “parceria adopte também uma estratégia de reabilitação urbana centrada em torno da permanência dos actuais moradores e comerciantes nos espaços reabilitados”
Os comunistas exigem que o Governo determine ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) o cumprimento, “com a máxima urgência, de todos os compromissos vencidos e vincendos de natureza financeira para com a Porto Vivo”.
O projecto de resolução, que foi entregue na sexta-feira no Parlamento, foi este domingo apresentado, no Porto, em conferência de imprensa pelo deputado Honório Novo e pelo vereador Pedro Carvalho, candidatos pela CDU, respectivamente, à presidência da Assembleia Municipal e da autarquia do Porto.
A par das reclamações apresentadas na Assembleia da República, os 2 candidatos criticaram o percurso histórico e os eventos recentes em torno da SRU, bem como os resultados obtidos até agora.
“Quase 10 anos depois da sua criação e quase 17 anos após a classificação do centro histórico do Porto como Património da Humanidade, a verdade é que a resposta é muitíssima insatisfatória e desfocada daquilo que eram as prioridades fundamentais e as necessidades fundamentais de recuperação do centro histórico do Porto”, afirmou Honório Novo.
Entre os factos apresentados pelos comunistas está o de só 4% da área bruta construída no bairro da Sé não necessitar de qualquer intervenção, de nos últimos anos o centro histórico ter perdido 64% da população residente, numa saída mais acelerada nos últimos 10 anos, e de o valor médio das propriedades nesta zona ser superior à média da cidade.
Pedro Carvalho considerou mesmo que a carta aberta de Rui Rio contra o “boicote” do Governo à SRU era “uma tentativa de branquear aquilo que foram as responsabilidades dos partidos e das pessoas que passaram pela SRU”.
O candidato lembrou que o PCP votou, na autarquia e na Assembleia da República, contra “o modelo de gestão que está por trás do modelo da SRU” por ser uma sociedade “sem o necessário investimento público para a reabilitação urbana e baseada em modelos de parceria público-privada com lógicas de intervenção de quarteirão na cidade que obviamente gera um modelo especulativo imobiliário”.
Honório Novo também destacou ainda que “em torno da SRU, de há dois anos a esta parte, tem existido aquilo que nós chamamos a criação de um mito, um mito de grande eficiência, de grande capacidade de resolução dos objectivos para o qual a Sociedade existe”.
O deputado, numa referência implícita ao candidato independente Rui Moreira, considerou que este mito é “corporizado naquilo que foi o embrião gestionário de uma das candidaturas à Câmara do Porto que se centrava claramente numa guerra intestina dentro coligação” que gere a cidade.
Um mito que, na sua opinião, “não resiste à mera avaliação de resultados”.
Acho bem, mas… e o Financiamento, donde vem? Dos impostos da fustigada Classe Média que não pode viver (e parte gostaria muito) na Baixa do Porto? Não concordo! Fundos Europeus? Privados? Bem, estes, que ainda são os que vão investindo no Centro, não estão para perder dinheiro, como se pode ver, aliás, pelos preços pedidos por prédios reabilitadoas (às vezes mal…), que são incomportáveis para a Classe Média, quanto mais para as classes mais desfavorecidas!Do OE? E a Troika concorda? Um Modelo misto que permita a convivência salutar e necessária das várias classes sociais no desertificado Centro Histórico e na Baixa? Sim! Mas como?
Até parece que é sempre a classe média que paga tudo… Não ganho nem 1000 euros mas pago por muita coisa, devo ser da classe média se calhar…